“há de vir o messias, chamado cristo; quando ele vier, nos anunciará todas as coisas” João 4.24
–Introdução: A cruz e a coroa são símbolos do Cristo sofredor e do Messias vencedor. Quando Jesus veio ao mundo todos esperavam um Messias que fosse um libertador, guerreiro e valente que derrotasse todos os inimigos do povo de Deus. Quando surge um profeta, carpinteiro, humilde e que morreu numa cruz, muitos não conseguiram entender. Mas quando falamos do Messias vencedor e do Cristo sofredor estamos falando da mesma pessoa: Jesus.
As palavras Messias (hebraico1 = מָשִׁיחַ) e Cristo (grego2 = Χριστός), são sinônimas e significam ‘ungido’ (João 1.41). A qualidade de alguém que tem a unção ou consagração para salvar o seu povo3. O termo messias ou ungido era usado como substantivo tanto para sumo sacerdotes (Levíticos 4.3, 5, 16; 6.22), profetas (I Reis 19.16), patriarcas (Salmo 105.15), reis (I Samuel 26.9, 11, 16, 23), como também adjetivo de alguém com carisma especial de libertador, quer seja um líder do povo e principalmente um rei.
Jesus é o seu Rei?
Vamos refletir sobre as expressões Cristo e Messias com seus significados nas Escrituras e os símbolos da coroa e da cruz:
1- A COROA do Messias vencedor:
O Messias vencedor era o esperado Rei
dos Judeus e esta foi a condenação de Jesus na cruz (João 19.19). Mas a única coroa que
Jesus levou foi de espinhos e uma túnica real que foi para escárnio (João 19.2-5).
dos Judeus e esta foi a condenação de Jesus na cruz (João 19.19). Mas a única coroa que
Jesus levou foi de espinhos e uma túnica real que foi para escárnio (João 19.2-5).
A mensagem messiânica era essencialmente
uma fonte de esperança para o povo4. Os
líderes do povo eram a fonte de esperança, por isso podiam ser chamados
de ungidos. O povo se espelhava nestes líderes esperando que entre eles se
levantasse um libertador. Este tipo de pensamento se tornava mais forte em
períodos de repressão como no cativeiro babilônico e principalmente durante a
revolta dos macabeus (confira o livro apócrifo de I Macabeus 4.11,30 e 9.21).
uma fonte de esperança para o povo4. Os
líderes do povo eram a fonte de esperança, por isso podiam ser chamados
de ungidos. O povo se espelhava nestes líderes esperando que entre eles se
levantasse um libertador. Este tipo de pensamento se tornava mais forte em
períodos de repressão como no cativeiro babilônico e principalmente durante a
revolta dos macabeus (confira o livro apócrifo de I Macabeus 4.11,30 e 9.21).
No caso de Ciro (Isaías 45.1), que mesmo sendo
gentio foi chamado de ungido. Este uso específico da palavra reflete que o
conceito do messias era propriamente político e somente no Novo Testamento se
desenvolve a ideia do líder religioso ou salvador espiritual5.
Até então, mesmo um idólatra como Ciro poderia ser ungido se agisse
politicamente favorável ao povo judeu para sua libertação.
gentio foi chamado de ungido. Este uso específico da palavra reflete que o
conceito do messias era propriamente político e somente no Novo Testamento se
desenvolve a ideia do líder religioso ou salvador espiritual5.
Até então, mesmo um idólatra como Ciro poderia ser ungido se agisse
politicamente favorável ao povo judeu para sua libertação.
As características do esperado messias
foram sendo definidas com o tempo, começando com a eliminação das descendências
de Cam, de Ismael, de Esaú6. Depois o adjetivo messias passou a se
referir especificamente a um descendente de Davi7, devido à promessa
feita a este (II
Samuel 7.13). Os Salmos desenvolvem a esperança do messias sendo
cantada pelo povo mostrando o perfil ideal de um ungido8. O profeta Isaías também apresenta várias
profecias a respeito do messias fortalecendo esta esperança popular9.
foram sendo definidas com o tempo, começando com a eliminação das descendências
de Cam, de Ismael, de Esaú6. Depois o adjetivo messias passou a se
referir especificamente a um descendente de Davi7, devido à promessa
feita a este (II
Samuel 7.13). Os Salmos desenvolvem a esperança do messias sendo
cantada pelo povo mostrando o perfil ideal de um ungido8. O profeta Isaías também apresenta várias
profecias a respeito do messias fortalecendo esta esperança popular9.
A promessa do messias demonstra um
sentido crescente nas Escrituras. Desde Eva como o “descendente” (Gênesis 3.15), para Abraão como sua
“semente” (Gênesis 12.7),
para Moisés como “profeta”
(Deuteronômio
18.18,19), para o povo como um sacerdote intercessor e até que a
partir de Davi, tomou a figura da realeza (Atos 2.30).
sentido crescente nas Escrituras. Desde Eva como o “descendente” (Gênesis 3.15), para Abraão como sua
“semente” (Gênesis 12.7),
para Moisés como “profeta”
(Deuteronômio
18.18,19), para o povo como um sacerdote intercessor e até que a
partir de Davi, tomou a figura da realeza (Atos 2.30).
A primeira profecia sobre o messias como
rei pode ser as palavras de Balaão sobre o “cetro” que haveria de governar com justiça (Números 24.17).
Contudo, nos textos do Antigo Testamento a expressão mais próxima referente ao
messias como salvador espiritual, ou pastor seria a citação da profecia de Daniel 9.25,26.
rei pode ser as palavras de Balaão sobre o “cetro” que haveria de governar com justiça (Números 24.17).
Contudo, nos textos do Antigo Testamento a expressão mais próxima referente ao
messias como salvador espiritual, ou pastor seria a citação da profecia de Daniel 9.25,26.
Uma das designações do Messias na Bíblia
é a de ‘príncipe’10, revelando o caráter político alcançado
pela expressão. Este pensamento de que o messias seria um guerreiro pode ser
proveniente de escritos extra bíblicos da época, como Saltério de Salomão,
Oráculos Sibilinos e Fílon de Alexandria mostram profecias de que o Messias lutaria
pela libertação do povo numa grande batalha, quando expulsaria os estrangeiros
de Israel. Já outros apócrifos como os apocalipses de Baruque e de Esdras,
prometem a restauração por meio de julgamentos Divinos em conjunto com as ações
do messias11.
é a de ‘príncipe’10, revelando o caráter político alcançado
pela expressão. Este pensamento de que o messias seria um guerreiro pode ser
proveniente de escritos extra bíblicos da época, como Saltério de Salomão,
Oráculos Sibilinos e Fílon de Alexandria mostram profecias de que o Messias lutaria
pela libertação do povo numa grande batalha, quando expulsaria os estrangeiros
de Israel. Já outros apócrifos como os apocalipses de Baruque e de Esdras,
prometem a restauração por meio de julgamentos Divinos em conjunto com as ações
do messias11.
Até mesmo no Novo Testamento percebe-se
a ideia do messias político através da expressão “filho de Davi” comumente
referindo-se a Jesus, como fruto da esperança de um retorno da dinastia
davídica. Os próprios discípulos mostram este sentimento (Mateus 20.20,21; Lucas 24.21 e Atos 1.6).
a ideia do messias político através da expressão “filho de Davi” comumente
referindo-se a Jesus, como fruto da esperança de um retorno da dinastia
davídica. Os próprios discípulos mostram este sentimento (Mateus 20.20,21; Lucas 24.21 e Atos 1.6).
Jesus
Cristo é o Messias!
2- A CRUZ do Cristo Sofredor:
O Cristo sofredor levou a cruz e morreu
para a salvação dos pecadores. Não teve vergonha de sofrer, mas se humilhou até
a morte de cruz (Filipenses
2.1-11). Mas sabia que como Rei e Senhor seria coroado de glória
eternamente (Apocalipse
14.14).
para a salvação dos pecadores. Não teve vergonha de sofrer, mas se humilhou até
a morte de cruz (Filipenses
2.1-11). Mas sabia que como Rei e Senhor seria coroado de glória
eternamente (Apocalipse
14.14).
Jesus deixou claro seu propósito
pastoral quando dizia que o povo era como ovelhas sem pastor (Mateus 9.33 e
Marcos 6.34). Talvez seja devido a isso, que no contexto
neotestamentário prefere-se o termo grego Cristo,
que mesmo sendo sinônimo de messias, toma um sentido mais religioso para
diferenciar o verdadeiro propósito de Jesus.
pastoral quando dizia que o povo era como ovelhas sem pastor (Mateus 9.33 e
Marcos 6.34). Talvez seja devido a isso, que no contexto
neotestamentário prefere-se o termo grego Cristo,
que mesmo sendo sinônimo de messias, toma um sentido mais religioso para
diferenciar o verdadeiro propósito de Jesus.
Jesus revela para seus discípulos que
deveria sofrer (Mateus
16.21), algo que para eles seria inadmissível para o cristo. Mas
deixa claro que “está
escrito sobre o Filho do Homem que sofrerá muito e será aviltado” (Marcos 9.12).
Esta face desfigurada do Messias Vencedor era o que ninguém queria ver, mas
Jesus cumpriu (Isaías
52.14).
deveria sofrer (Mateus
16.21), algo que para eles seria inadmissível para o cristo. Mas
deixa claro que “está
escrito sobre o Filho do Homem que sofrerá muito e será aviltado” (Marcos 9.12).
Esta face desfigurada do Messias Vencedor era o que ninguém queria ver, mas
Jesus cumpriu (Isaías
52.14).
O Cristo que “não tinha aparência nem formosura; olhamo-lo, mas
nenhuma beleza havia que nos agradasse” (Isaías 53.2) não era tão esperado e
anunciado como o Messias guerreiro e foi por isso que muitos não reconheceram
Jesus.
nenhuma beleza havia que nos agradasse” (Isaías 53.2) não era tão esperado e
anunciado como o Messias guerreiro e foi por isso que muitos não reconheceram
Jesus.
O Cristo sofredor lutou sim e muito,
contra a carne o diabo (Mateus 4.1-11), grandes inimigos da humanidade e
também venceu a própria morte (I Coríntios 15.54). Em tudo Jesus foi vencedor
para sempre conquistando a vitória.
contra a carne o diabo (Mateus 4.1-11), grandes inimigos da humanidade e
também venceu a própria morte (I Coríntios 15.54). Em tudo Jesus foi vencedor
para sempre conquistando a vitória.
Todo o sofrimento de Cristo foi por cada
um de nós (II Coríntios
1.5), para nos garantir a salvação (Filipenses 3.10) e a consequência
foi receber a glória de Deus (I Pedro 1.11), “por causa do sofrimento da morte, foi
coroado de glória e de honra, para que, pela graça de Deus, provasse a morte
por todo homem” (Hebreus 2.9). Por isso somos convidados a ser testemunhas
de seu sofrimento para também participar de sua glória (I Pedro 4.13 e 5.1).
um de nós (II Coríntios
1.5), para nos garantir a salvação (Filipenses 3.10) e a consequência
foi receber a glória de Deus (I Pedro 1.11), “por causa do sofrimento da morte, foi
coroado de glória e de honra, para que, pela graça de Deus, provasse a morte
por todo homem” (Hebreus 2.9). Por isso somos convidados a ser testemunhas
de seu sofrimento para também participar de sua glória (I Pedro 4.13 e 5.1).
A vitória de Cristo na cruz é a nossa
vitória. Com Cristo aprendemos que não há vitória sem luta, que após a dor vem
a alegria e após a cruz vem a ressurreição (Romanos 6.5).
vitória. Com Cristo aprendemos que não há vitória sem luta, que após a dor vem
a alegria e após a cruz vem a ressurreição (Romanos 6.5).
Jesus Cristo é o Messias!
A coroa de Cristo foi encravada em sua
cabeça e levou a sua cruz, mas depois de sua ressurreição saiu vitorioso como
Rei e Senhor para todo o sempre. Se Jesus é o ungido de Deus, então Ele é o Messias, o Cristo que veio para nos salvar. O anticristo nega que Jesus é o Messias e o Cristo, mas nós o confessamos como Senhor (I João 4.1-5).
Sabemos que Jesus é o Messias, porém não
é um guerreiro com armas humanas. Jesus é o ungido de Deus para salvar a
humanidade. Contudo, se fez o Cristo sofredor, que sofreu e morreu por nossos
pecados (Isaías
53). Mas a morte não o venceu e por isso Jesus é vencedor (I Coríntios
15.54,55). O mais importante é conhecer a Jesus e saber que sofreu
por sua vida e agora é o Senhor sobre tudo na “majestade nas alturas” (Hebreus 1.3).
Como João Batista fez devemos reconhecer o único Messias, pois “convém que Ele
cresça e que eu diminua” (João 3.30).
é um guerreiro com armas humanas. Jesus é o ungido de Deus para salvar a
humanidade. Contudo, se fez o Cristo sofredor, que sofreu e morreu por nossos
pecados (Isaías
53). Mas a morte não o venceu e por isso Jesus é vencedor (I Coríntios
15.54,55). O mais importante é conhecer a Jesus e saber que sofreu
por sua vida e agora é o Senhor sobre tudo na “majestade nas alturas” (Hebreus 1.3).
Como João Batista fez devemos reconhecer o único Messias, pois “convém que Ele
cresça e que eu diminua” (João 3.30).
Jesus
Cristo é o Messias!
______________________________
Citações
Bíblicas: Bíblia Revista e Atualizada, Sociedade
Bíblica do Brasil.
Bíblicas: Bíblia Revista e Atualizada, Sociedade
Bíblica do Brasil.
1 STRONG,
James. Dicionário Grego do Novo
Testamento. Bíblia de Estudo Palavras-Chave: Hebraico. Grego. Tradução
de João Ferreira de Almeida. Edição Revista e Corrigida. Rio de Janeiro: CPAD,
2011. Página 1775, verbete 4899.
James. Dicionário Grego do Novo
Testamento. Bíblia de Estudo Palavras-Chave: Hebraico. Grego. Tradução
de João Ferreira de Almeida. Edição Revista e Corrigida. Rio de Janeiro: CPAD,
2011. Página 1775, verbete 4899.
2 STRONG,
página 2298 verbete 3323.
página 2298 verbete 3323.
3 STRONG,
página 2463, verbete 547.
página 2463, verbete 547.
4 SIQUEIRA,
Tércio M. e SANTOS, Suely Xavier. O messianismo: desde o Antigo Testamento até
Jesus Cristo. São Paulo: Cedro, 2008. p.27.
Tércio M. e SANTOS, Suely Xavier. O messianismo: desde o Antigo Testamento até
Jesus Cristo. São Paulo: Cedro, 2008. p.27.
5 STRONG,
página 1776, verbete 4899.
página 1776, verbete 4899.
6 FILLION, Louis-Claude.
Enciclopédia da Vida de Jesus. Rio de Janeiro: Editora Central Gospel, 2ª
Edição, 2008. Página 124.
Enciclopédia da Vida de Jesus. Rio de Janeiro: Editora Central Gospel, 2ª
Edição, 2008. Página 124.
7 VINE, W.E., Merril. Unger e William White Jr. Dicionário Vine, tradução Luís Aron de
Macedo, Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 2006 – 7ª
edição. Página 182.
Macedo, Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembleias de Deus, 2006 – 7ª
edição. Página 182.
8 Manual Bíblico SBB. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do
Brasil, 2008. Página 388.
Brasil, 2008. Página 388.
9 BEAUMONT,
Mike. Guia Prático da Bíblia.
Barueri/SP: Sociedade Bíblica do Brasil- SBB, 2012. Página 76. Página 63.
Mike. Guia Prático da Bíblia.
Barueri/SP: Sociedade Bíblica do Brasil- SBB, 2012. Página 76. Página 63.
10 SANTOS, João
Batista Ribeiro. Dicionário
Bíblico: conhecendo e entendendo a Palavra de Deus. São Paulo: Didática Paulista, 2006.
Página 320.
Batista Ribeiro. Dicionário
Bíblico: conhecendo e entendendo a Palavra de Deus. São Paulo: Didática Paulista, 2006.
Página 320.
12 LIBANIO, João Batista e BINGEMER, Maria Clara L. Escatologia
cristã: o novo céu e a nova terra. 3. ed. Petrópolis, RJ : Vozes, 1996.
302 p.
cristã: o novo céu e a nova terra. 3. ed. Petrópolis, RJ : Vozes, 1996.
302 p.