O Pr. Harold Thomas é líder da Igreja de Cristo no Sri Lanka, junto com sua esposa, Lilani. Eles relatam que apesar do medo, provocado pelos ataques terroristas que mataram mais de 300 pessoas em igrejas e hotéis, os cristãos estão firmes e dispostos a permanecerem em sua fé.
“Os radicais muçulmanos em todo o mundo estão mirando as pessoas da fé cristã”, disse Lilani Thomas. Agora, “nós oramos para que nosso Pai Celestial nos dê coragem para levar a mensagem de seu Filho sem medo, permancendo firmes pela fé”.
O casal de pastores estava a caminho do culto dominical na Igreja de Cristo, quando homens-bomba entraram em três igrejas e quatro hotéis na capital, Colombo. Seis explosões aconteceram em um curto período, começando por volta das 8:45 da manhã, hora local. Mais duas explosões se seguiram enquanto a polícia procurava por suspeitos.
O pastores contam que estavam perto de um dos locais onde apenas 30 minutos depois aconteceria uma das explosões. Eles estavam com membros da igreja próximos do aeroporto internacional de Colombo.
Assim que chegaram à igreja, os membros começaram a conduzir a adoração e todos compartilharam a Ceia do Senhor, antes que as notícias sobre os ataques chegassem. Quando souberam do ocorrido, membros da igreja com familiares perto dos locais das explosões temiam pela vida de seus parentes. Naquele momento, a igreja se uniu em oração.
“Quando voltávamos do culto, vimos muita presença da Special Task Force (STF) porque uma bomba foi encontrada perto do aeroporto”, contaram. “Felizmente, o pessoal da Força Aérea a encontrou antes de explodir”.
Os pastores dizem que havia muita tensão no país, “com a lei de emergência sendo aplicada e uma tremenda tristeza”.
Um membro da Igreja de Cristo soube que seu sobrinho e dois dos parentes do sobrinho morreram no bombardeio da Igreja Católica de Negombo. A casa do membro da igreja fica perto do local da explosão.
“Ao todo foram 60 funerais nas proximidades”, disse a pastora Lilani Thomas. “Como o cemitério não pode lidar com tantos enterros, eles estão acontecendo entre três e cinco”.
Nenhum membro das Igrejas de Cristo foi ferido nos ataques, disse Lilani Thomas, que é filha de Reggie Gnanasundaram, um antigo ministro das Igrejas de Cristo na ilha e um dos primeiros convertidos do país.
Ele foi batizado pelo missionário J.C. Choate, que primeiro visitou o Sri Lanka em 1968. Gnanasundaram foi fundamental para garantir o status legal do governo do Sri Lanka para as Igrejas de Cristo. Ele morreu em 2007.
“Temos desfrutado de alguns anos de paz no país”, disse Lilani Thomas. “E agora, mais uma vez, nossa paz é destruída.”
As autoridades do Sri Lanka disseram que um grupo militante islâmico, o Nacional Thowheed Jamath, provavelmente é o autor dos ataques, e que possivemente houve ajuda do exterior. O Estado Islâmico reivindicou a responsabilidade pelos ataques.
Os ataques podem ter sido em retaliação pela morte de 50 pessoas no mês passado em mesquitas em Christchurch, Nova Zelândia, disseram autoridades do Sri Lanka.
Alvos cristãos
Sarah Cunningham, diretora de comunicações sênior da Portas Abertas, instituição internacional sem fins lucrativos que apóia os cristãos perseguidos, disse aos sobreviventes que a oração “é a arma mais poderosa” que eles têm para combater os males do terrorismo.
Ela explicou que o ataque – o mais mortífero na história recente – “é com certeza sem precedentes para essa área”, observando que Sri Lanka aparece em 46º na Lista Mundial da Perseguição da organização, que acompanha os 50 países mais perigosos para os cristãos.
Sarah disse que os [pastores locais] “ficaram muito surpresos com o fato de suas congregações terem sido alvejadas porque não tinham muita noção de que tinham alguma hostilidade nesse nível em relação a eles.
Este ataque deve soar o alarme”.
Para muitos no Ocidente, a ideia de que os cristãos estão enfrentando uma perseguição incomparável – eles são os grupos religiosos mais perseguidos, de acordo com o Pew Research Center – é difícil de entender.
Cunningham disse que a Portas Abertas está esperançosa de que os trágicos atentados de domingo no Sri Lanka aumentem a conscientização sobre a situação dos cristãos em todo o mundo.
“Algo que estamos esperançosos é que isso trará a situação dos cristãos perseguidos ao radar do mundo”, disse ela. “Esperamos que isso faça com que os políticos e líderes do mundo livre – e especialmente aqui, nos Estados Unidos – prestem muita atenção aos cristãos que enfrentam tudo, desde discriminação e assédio a falsas prisões, estupros e assassinatos”.
Para muitos no Ocidente, a ideia de que os cristãos estão enfrentando uma perseguição incomparável – eles são os grupos religiosos mais perseguidos, de acordo com o Pew Research Center – é difícil de entender.
O Sri Lanka, uma ilha em forma de lágrima na costa sul da Índia, tem uma população de cerca de 21,4 milhões. Cerca de 6,1% da população é católica e outros 1,3% se identificam como cristãos.