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Daniela Mercury defende peça com Jesus travesti: ‘Constituição não é Bíblia’

A cantora baiana Daniela Mercury voltou a expressar sua intolerância com os dogmas cristãos e fez uma defesa contundente da peça O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu, encenada pelo travesti Renata Carvalho, e alvo de inúmeras críticas e ações judiciais.

Durante sua apresentação no Festival de Inverno de Garanhuns (FIG) – mesma cidade onde uma das apresentações da peça que mostra um Jesus travesti no mundo contemporâneo foi cancelada – Daniela Mercury fez seu discurso político: “Me choca profundamente que os políticos desse país censurem uma peça de teatro e censurem uma exposição de arte de grandes artistas. É de uma petulância absurda”, afirmou.

Na sequência, a artista desdenhou da intelectualidade dos cristãos católicos e evangélicos, sugerindo que o conceito de arte não é compreendido por religiosos: “Se nós tivéssemos protestos de pessoas que são da religião, que não compreendem a arte, que não entendem que arte não tem dogma, que arte é crítica social, que arte é reflexão sobre nós, que arte é essencialmente livre, é singular, é uma palavra escrita, desenhada, um gesto, uma atitude, uma instalação… arte é para incomodar, é para fazer pensar, refletir, arte é para libertar a cabeça de m…”, atacou.

“Não existe civilização sem liberdade. Não existe civilização na face da Terra que não tenha sido construída a partir das manifestações artísticas de seu povo. Então não me venha agora com ignorância querer conceituar o que é arte e o que não é arte”, acrescentou, ignorando que a peça – escrita pelo transexual Jo Clifford – ofende o sentimento religioso e por isso tem sido alvo de protestos e ações judiciais.

“É ignorância, absurda. O [ex] ministro [do Supremo Tribunal Federal] Carlos Ayres Brito disse que a gente está na idade da mídia mas parece que está na Idade Média. Censurar uma peça de teatro por convicções religiosas é o maior absurdo e isso não pode ser permitido. A nossa Constituição não deixa isso. Nossa Constituição não é a Bíblia”, disparou a cantora.

Mais à frente, em seu discurso político, Daniela Mercury afirmou que as leis permitem qualquer expressão rotulada de arte sobre os símbolos religiosos: “Eu sou de família católica e respeito profundamente, mas nossa Constituição nos permite, sim, lidar com símbolos religiosos e falar sobre eles, principalmente num país tão católico como o nosso”.

Confira o discurso (permeado de palavrões):

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Demônios

Daniela Mercury, no mesmo show, disse que conviver com demônios é indispensável: “Joga os demônios todos para cima. Minha empregada Maria disse que ela não podia ir à igreja, não, porque iam tirar os demônios dela e ela precisava muito dos demônios dela para viver”, afirmou.

“Então, usa os demônios da gente. Está liberado usar um pouquinho os demônios da gente para viver, porque sem demônio, meu amigo, ninguém vive”, acrescentou.

Nos últimos anos, a artista vem adotando um discurso progressista radical, com apologia ao aborto durante o carnaval, trocas de farpas com a conterrânea Mara Maravilha e com o deputado federal pastor Marco Feliciano (PODE-SP), além de pregar a censura aos programas evangélicos nas emissoras de TV.

Em um dos episódios polêmicos, Daniela Mercury afirmou que católicos e evangélicos são machistas que usam a Bíblia para desvalorizar as mulheres. “Sempre me ofendeu e não suporto essa história tanto do catolicismo como dos evangélicos de desvalorizar as mulheres dentro da Bíblia. Tanto é que na igreja católica as freiras não podem rezar missa. São religiões machistas e ainda se dão o direito de disseminar o desrespeito as diferenças. Isso é inaceitável. Não suporto isso, acho um desrespeito”.

“Cada um que quiser ter suas crenças, que crie para si, para seus filhos e seus universos. Mas, não venha tentar contaminar a sociedade com conceitos tão atrasados e desrespeitosos diante de tanto que nós já conseguimos com a democracia. As religiões não são leis, são religiões, são crenças. Mas, o que rege nosso País são cartas magnas chamadas Constituições e é nisso que me pauto. Não sou obrigada a acatar os dogmas de nenhuma religião, mas eles são obrigados a me respeitar como cidadão de um país livre e laico. As pessoas confundem, acham que as religiões valem mais dos que nossas Constituições. Por isso que todo mundo fica com medo”, teorizou a cantora na ocasião.

Confira o trecho em que Daniela Mercury fala sobre a necessidade de conviver com demônios:

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Fonte: Gospel Mais

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