Uma família de 13 pessoas de etnia hmong foi expulsa de um vilarejo no norte do Vietnã por acreditarem em Jesus. Xong Ba Thong e seus familiares se tornaram cristãos em 2017 após ouvirem programas de rádio cristãos.
A família congrega em uma das igrejas autorizadas pelo governo – a Evangelical Church of Vietnam, mas ainda assim não foi respeitada e perdeu direitos civis básicos, como o acesso aos serviços públicos, e não pode obter documentos de identidade, como a certidão de nascimento. Oficiais locais também confiscaram o arado da roça deles e cortaram a eletricidade, minando o sustento da família.
– Li as leis sobre liberdade de religião e disse às autoridades que tínhamos direito de seguir nossa fé, mas eles disseram que a lei não seria aplicada naquela região, que ninguém na comunidade era cristão, então não nos aceitariam e que nossa religião era um perigo para a unidade nacional – contou Xong, que foi pressionado pelo governo local a renunciar Jesus, porém sua família permanece firme na caminhada com Cristo.
O Vietnã é o 19º país na Lista Mundial da Perseguição 2022, que elenca os 50 países onde é mais difícil ser cristão. Um dos grandes desafios é que mesmo com a aprovação do governo, a perseguição às igrejas continua. Autoridades fazem vistorias nas casas de cristãos e os convocam a se apresentar nos quartéis do governo, mantendo vigilância constante sobre eles.
Em 2018, o país adotou um novo Código de Leis sobre Crenças e Religião, rígido e que não é aplicado igualmente em todas as partes do país. O governo suspeita dos nativos das etnias hmong e montagard que se convertem ao cristianismo, pois alegam que eles trazem o Ocidente para o Vietnã e causam problemas.
As autoridades disseram que amenizarão o código de 2018, mas líderes das igrejas no Vietnã temem que os projetos de lei façam o contrário, aumentando o controle do Estado sobre a igreja. Os projetos recentes falam, inclusive, sobre encontros online das igrejas e pretendem punir quem desrespeitar as regras com multas de até 2 mil dólares.