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“Isso é diferente de ganhar uma eleição”

O ex-ministro-chefe da Casa Civil de Lula, José Dirceu, declarou que é uma “questão de tempo” para o PT tomar o poder no Brasil, em entrevista ao jornal espanhol El País na última semana.

“Acho improvável que o Brasil caminhará para um desastre total. Na comunidade internacional isso não vai ser aceito. E dentro do país é uma questão de tempo pra gente tomar o poder. Aí nós vamos tomar o poder, que é diferente de ganhar uma eleição”, declarou Dirceu.

Considerado o mais poderoso do Governo Lula, Dirceu foi condenado a mais de 30 anos de prisão e chegou a ser detido três vezes — uma pelo mensalão, condenação pela qual recebeu indulto, e duas pela Lava Jato.

Na mesma entrevista, o ex-ministro também afirmou que o candidato Jair Bolsonaro (PSL) não irá ganhar a eleição, mesmo sendo líder nas pesquisas de intenção de voto.

“Porque não tem maioria no país para as ideias dele”, justificou. “É mentira que o eleitorado brasileiro não tem consciência política, que o povo é conservador. Senão Lula não teria 45% dos votos”.

Sua declaração polêmica foi repercutida por grande parte da imprensa ao longo da semana passada e foi reproduzida por Bolsonaro no Twitter, na última sexta-feira (28). “José Dirceu, ex-presidente do PT (condenado por corrupção e influenciador da campanha de Haddad, assim como Lula). Só que um está preso e o outro cumpre pena em liberdade”, declarou.

Nesta segunda-feira (1), José Dirceu disse em entrevista coletiva em São Luís do Maranhão que foi “infeliz” sua declaração sobre o PT, justificando que “tiraram do contexto completamente” sua resposta, mas reconhece que não foi uma boa declaração.

“Foi infeliz porque dá condições para se explorar, como se existisse uma coisa que é ganhar a eleição, e existisse outra coisa que é ganhar o poder. Não é isso que eu quis dizer”, afirmou. “Eu estava respondendo no caso de golpe de Estado. No caso de golpe de Estado não tem mais eleição”.

No entanto, após a declaração polêmica, Dirceu concedeu outra entrevista que lhe custou novas contestações. No sábado, ele disse ao portal do AZ Piauí que é preciso “tirar o poder de investigação” do Ministério Público.

“O Ministério Público serve para causar. Virou uma polícia política, não há controle nenhum. E mais: uma das maiores corporações que existem no Brasil”, afirmou, acrescentando que o MP se limite à tarefa de “acusar” e não de investigar.



Fonte: Guia me

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