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ONU exige que Eritreia liberte cristãos presos imediatamente

Mais dois cristãos foram presos em Asmara, capital da Eritreia, no dia 10 de maio deste ano. A ação foi a gota d’água para que o relator especial das Nações Unidas para os Direitos Humanos na Eritreia apelasse ao governo do país, para que libertassem os presos por causa da fé “imediata e incondicionalmente”.

Apesar dos motivos das detenções não serem claros, fontes locais acreditam que isso aconteceu por eles frequentarem cultos de igrejas que não são registradas. No país, só é permitido ser ou da ortodoxa, católica ou luterana. Qualquer outra denominação não tem permissão de existir e ter atividades religiosas.

Para quem decide desobedecer o estado, as consequências são duras como a discriminação, monitoramento constante, invasões domiciliares e prisões. A Portas Abertas noticia com frequência a prisão de irmãos e irmãs na Eritreia. Apenas em março, 40 cristãos foram presos durante invasões nas cidades de Asmara e Assab, no sudeste do país.

– Esta última onda de prisões é prova de que não houve mudança na política repressiva do governo em relação à liberdade religiosa no país – disse Mohamed Abdelsalam Babiker no relatório anual para a Comissão de Direitos Humanos da ONU.

Não há estatísticas oficiais de quantos cristãos estão presos na Eritreia por causa da fé. Mas as fontes locais estimam que pode ser algo entre 600 a 1200 pessoas. Apesar de alguns terem sido libertados nos últimos 12 meses, a situação no país ainda é preocupante e precisa de uma resposta imediata do governo eritreu.

– Desde 2020, o governo começou a libertar cristãos presos, aumentando as esperanças de que estava relaxando suas políticas repressivas”, disse um analista de perseguição da Portas Abertas. Cristãos pentecostais e evangélicos continuam a ser considerados instrumentos de governos estrangeiros – completa.

Em alguns casos, quando os cristãos são libertos eles são obrigados a se alistar ao serviço militar e continuam a viver em condições desumanas, sem salários para cobrir os custos básicos de vida ou sustentar uma família. Esse problema é um dos principais motivos que fazem os eritreus fugirem do país.

Como é a perseguição aos cristãos na Eritreia?

Cristãos de denominações não tradicionais enfrentam perseguição mais dura na Eritreia, tanto do governo como da Igreja Ortodoxa Eritreia, que é a única denominação cristã reconhecida pelo governo e rigidamente controlada pelas autoridades.

As forças de segurança do governo monitoram ligações, examinam atividades e conduzem incontáveis ataques que visam cristãos, apreendem materiais cristãos e danificam igrejas domésticas. Os cristãos podem ser presos e encarcerados sem julgamento. Muitos cristãos são mantidos em prisões desumanas por causa da fé, e os familiares ficam sem saber onde estão ou se ainda estão vivos. Em junho de 2020, a ONU informou que não houve progresso significativo no que diz respeito às violações dos direitos humanos na Eritreia.

Cristãos que não são da Igreja Ortodoxa e ex-muçulmanos enfrentam extrema oposição da família, comunidade e do Estado; muitas vezes serviços sociais essenciais e outros recursos são negados aos seguidores de Jesus.

– Na prisão, um dos meus principais objetivos como cristão era evangelizar. Claro, é proibido fazer isso abertamente, mas fazíamos à noite, quando todos estavam dormindo. Muitas pessoas na prisão passam por diferentes frustrações e depressão. Por isso, elas amaram o que ensinamos e compartilhamos. Vimos muitas conversões e isso prova que o evangelho não pode ser acorrentado! – disse Musse, cristão que passou anos na prisão e compartilhou o evangelho com outros detentos.

Fonte: Portas Abertas

Wellington Junior

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