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“Pastora trans” vai disputar vaga na Câmara

Alexya Salvador, pastora trans que vai disputar uma vaga na Câmara. (Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress)

Em meio a muitos pré-candidatos que utilizam títulos religiosos, um nome destoa. Alexya Salvador diz ser uma “pastora transgênero” da Igreja da Comunidade Metropolitana, denominação inclusiva que agrega o público LGBT.

Para Alexandre, seu nome de batismo, todas as igrejas deveriam incluir, e não excluir. Filiado PSOL desde o ano passado, afirma que decidiu pelo envolvimento político após ouvir Jean Wylls dizer que era o único parlamentar assumidamente homossexual no Brasil.

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Alexya reclama da bancada evangélica, em especial do deputado Cabo Daciolo, pré-candidato a presidente pelo Avante. Também rejeita Jair Bolsonaro, pré-candidato pelo PSL.  “Quero estar ao lado do Bolsonaro e dizer: o sr. está equivocado.”

Vivendo em união estável com outro homem, tem dois filhos adotados, sendo um deles uma menina “transgênero, como a mãe”. Nascido em família católica, Alexya diz que sempre foi religioso, cresceu escutando os padres dizerem que gays não eram “obra de Deus”.

Já adulto, optou pelo trabalho como religioso e chegou a fazer seminário católico. Assim que concluiu os estudos, aos 22, decidiu contar aos pais que era transgênero. “Minha mãe teve um acesso de riso, meu pai disse: ‘Olha, se você for viado até aceito, mas se eu te ver vestido de mulher vou te matar’. Pensei, ok, se ele me aceita como gay já é um começo”, explica.

Seis anos depois passou a viver como trans. Como pastor de uma igreja diz que sua militância maior é na teologia. Por isso, esforça-se para “desconstruir” a ideia de que a Bíblia classifica a homossexualidade como pecado.

Embora admita que isso está no livro de Levítico, do Antigo Testamento, apresenta sua própria intepretação: “Levítico também diz que Deus abomina quem veste roupa com dois fios diferentes e come camarão [que seria impuro]. E o apóstolo Paulo rebaixou a mulher a nada, diz que ela não pode comandar assembleia, cortar cabelo, é submissa ao marido”.

Entre seus argumentos, alguns são vistos como blasfêmia. Para Alexya, Jesus foi “o primeiro transgênero”, pois “quando encarna no útero de Maria, transgride o gênero divino e assume o humano”.

Quando fala sobre a eleição, provoca: “Se acontecer de eu ser eleita, imagina o nó na cabeça da bancada evangélica? Como assim uma pastora ‘trava’?” Tem gente que faz o sinal da cruz só de pensar na possibilidade”. Com informações de Folha de SP



Fonte: Gospel Prime

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