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Psicóloga alerta sobre a influência de séries e jogos

A psicóloga cristã, Marisa Lobo, comentou a tragédia que ocorreu esta manhã (13/03) em uma escola de Suzano, município localizado no interior de São Paulo, onde dois jovens mataram oito pessoas e depois se suicidaram. Segundo a profissional, séries, filmes e jogos que estimulam a violência e comportamentos suicidas são fatores de risco que podem ter influenciado a mente dos assassinos.

“Prestem atenção nas roupas, nos adereços, artefatos dos ‘estudantes’, jovens assassinos, como são muito semelhantes aos jogos violentos de vídeo games e as séries e filmes que alertamos como tendo influência direta no comportamento, principalmente em jovens, a ponto de induzirem atos violentos contra terceiros e a si mesmo”, escreveu Marisa.

Pesquisadora e especialista em saúde mental, Marisa citou o exemplo do jogo “Baleia Azul“, que em 2017 influenciou o suicídio de vários jovens em diversos países, inclusive no Brasil, assim como o seriado 13 Reasons Why, lançado no mesmo ano, que também foi acusado de fazer apologia ao suicídio.

O psiquiatra e professor da UNICAMP, Luís Fernando Tófoli, chegou a publicar em sua página no Facebook um alerta contra a série: “Não é absurdo […] considerar que, para algumas pessoas, a série possa induzir ao suicídio. Portanto, pessoas em situações de risco deveriam ser desencorajadas a assistir a série”, escreveu ele na época.

Marisa Logo explica no caso da chacina em Suzano, os assassinos apresentaram características de alienação por fatores de influência externa, a saber, conteúdos violentos. “É bom lembrar que duas pessoas juntas cometendo esses crimes, são alienadas ou por terrorismo ou jogos, séries e filmes”, destaca a psicóloga.

“Por mais que tenha uma motivação de ‘vingança’, há fatores correlacionados, inclusive uso de drogas (Nenhum fator isolado, porém correlacionado). A motivação aparente é apenas a ponta do iceberg do caos social, emocional gerado pela confusão cognitiva com a ficção e realidade”, observa.

Paralelo com atentado de 1999

A análise da psicóloga Marisa Lobo é precisa e encontra respaldo no exame dos fatos. Segundo informações do G1, os assassinos da Escola Estadual Professor Raul Brasil, em Suzano, Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos e Luiz Henrique de Castro, de 25, andaram pesquisando casos de atentados ocorridos em escolas nos Estados Unidos.

Com base nisso é possível observar que há uma nítida semelhança entre o caso de Suzano com o Massacre de Columbine, ocorrido em 20 de abril de 1999, na Columbine High School, Estados Unidos.

Na ocasião, também dois jovens chamados Eric Harris e Dylan Klebold, mataram 12 alunos e um professor. Eles também planejaram meticulosamente o atentado e utilizaram um verdadeiro arsenal, na intenção de matar centenas de pessoas.

O que poucos sabem, ou recordam, é que eles eram experts em jogos violentos, especificamente de tiros e terror, como Doom, Wolfenstein 3D e Duke Nukem. Eric, por exemplo, chegou a desenvolver mapas para o jogo Doom.

No caso de Suzano, um dos jovens utilizava uma máscara com uma caveira, muito semelhante aos acessórios do jogo que virou febre no Brasil em 2018, chamado “Free Fire”. Este game consiste basicamente de vários mapas, onde a missão dos jogadores é matar uns aos outros. Vence quem fica por último.

Personagem do jogo Free Fire, com máscara que lembra a utilizada por assassino em Suzano

 

Marisa Lobo, no entanto, lembra que jogos, filmes e séries sozinhos não são suficientes para influenciar completamente o comportamento de um jovem. Se trata de um conjunto de fatores correlacionados, como a educação familiar, ambiente, valores morais e etc.

“Os dois agiram sem compaixão, de forma violenta, estavam de preto e com máscaras de caveira. O que pode ter desencadeado o ataque ao colégio estadual em Susano/SP? Segundo a Associação Americana de Psicologia há sim uma relação consistente entre o uso de jogos de videogame violentos e o aumento de comportamentos agressivos e de cognição agressiva, e uma diminuição de comportamentos sociáveis, empatia e sensibilidade a agressões”, explica Marisa.

“Ressalto ainda que nenhuma influência sozinha leva alguém a se tornar mais violento, mas sim uma acumulação de fatores de risco. Muitas séries de TV tem incentivado em seus enredos, violência e suicídio. Temos que discutir sobre isso em todo mundo. Pais, cuidem do que entra na mente de seus filhos, as autoridades políticas também tem que se atentar para isso”, conclui.



Fonte: Gospel Mais

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