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Urnas eletrônicas com problemas levantam suspeita de fraudes nas eleições

A grande quantidade de denúncias sobre problemas em urnas eletrônicas está causando um clima de incerteza em todo o Brasil. Eleitores de diversos estados relataram os mais variados problemas, desde a não confirmação do candidato à presidência pelo sistema até a identificação do candidato como “nulo”.

Diversos vídeos e áudios com relatos sobre os problemas estão sendo repassados nas redes sociais e aplicativos de mensagens, levantando fortes suspeitas de fraudes nas urnas eletrônicas.

Em um dos vídeos divulgados pelo site R7 (abaixo), um senhor denuncia que encontrou problemas na urna em que foi votar, pois não conseguia confirmar seu candidato à presidência.

“Não aparece nem o nome e nem a foto do Bolsonaro. Eu aperto 17 e dá fim de votação”, reclamou o eleitor. Segundo ele, o mesmo aconteceu com outras pessoas que votaram na mesma seção. “O pessoal já reclamou e não cancelaram a urna”.

Em outro caso (abaixo), uma eleitora de Goiânia relata que passou pela mesma situação na seção onde foi votar, a Escola Municipal José Alves Vila Nova, no Parque Atheneu. Conforme ela denuncia no vídeo, quando digitou sua opção para presidente, não apareceu a foto e nem o nome do candidato escolhido.

“Assim que votei não apareceu nada e já deu fim na tela”, explica. A eleitora também relata que chamou a polícia e registrou boletim de ocorrência.

O ap. Rina, líder da Bola de Neve Church, também tem usado seu perfil oficial do Instagram para denunciar a insegurança das urnas eletrônicas.

Entre as publicações de relatos sobre problemas nas urnas, ele exibiu um trecho da extensa reportagem exibida na noite do último domingo (7) pela rede Globo, que tinha a intenção de comprovar que “as urnas eletrônicas são 100% confiáveis”. O pastor criticou a emissora.

“Realmente preocupante! Uma matéria inteira no Fantástico agora, dizendo que as urnas são totalmente seguras! Recebi centenas de mensagens de pessoas conhecidas, do Brasil inteiro, relatando fraude nas urnas. Todas essas pessoas estão mentindo e inventando seus relatos? É assim que aqueles que não conseguiram votar em seus candidatos vão ser tratados?”, questionou ele.

“E as milhares de denúncias feitas ao TRE? E os milhares de boletins de ocorrência feitos, denunciando o mesmo? É assim que eles serão calados e intimidados? Todos os comentários que pode-se ler aqui e nas duas últimas postagens são fake? Todos são propagadores de teorias conspiratórias, mesmo se identificando, assim como a zona eleitoral, correndo o risco de cometer crime? Agora, realmente assustado! Pesquise a #fraudenasurnas”, acrescentou o pastor.

Segundo o desembargador Carlos Eduardo Cauduro Padin, presidente do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo, as urnas são absolutamente seguras e protegidas por criptografia.

“A urna está sendo usada há 20 anos e não há nada que a desmereça. Nada concreto, específico. Tudo o que vocês ouvem é boato. Mais uma vez insisto: a urna não está ligada à internet, não se liga a nenhuma rede social, é completamente imune a hackers ou interferências externas”, disse.

Nem tão seguras assim

A argumentação dos tribunais eleitorais — já usada por estes órgãos nas eleições passadas — não está mais convencendo os eleitores. Segundo uma pesquisa divulgada pelo site Tecmundo, 92% dos brasileiros não confiam na urna eletrônica.

No total de participantes da pesquisa, 94,3% também acreditam que vazamentos de dados de candidatos ou partidos políticos podem impactar a opinião pública e até mesmo o resultado eleitoral. Essa conta sobre para 96,15% quando se fala sobre preocupação com o fato de políticos serem alvos de cibercriminosos.

Para o Phd em inteligência aplicada e pós-doutor em governo eletrônico, Hugo César Hoeschl (vídeo abaixo), tanta desconfiança tem uma boa razão de existir. Ele contestou a afirmação dos tribunais eleitorais, que asseguraram a inviolabilidade dos equipamentos e do sistema.

“As urnas eletrônicas utilizadas no Brasil não são utilizadas em nenhum país do mundo e elas não são auditáveis”, afirmou.

Hoeschl, que também foi delegado de polícia, promotor de justiça, procurador da área federal e presidente da Associação Brasileira de Empresas de Processamento de Dados, desenvolveu um projeto de investigação que descobriu um dos maiores escândalos de corrupção da história do Brasil. Uma investigação por ele liderada apontou grandes chances das urnas usadas nas eleições de 2014 terem sido fraudadas.

A metodologia usada nesta investigação — considerada pelas autoridades americanas tão confiável, a ponto de ser usada usada como prova judicial — foi a mesma aplicada para investigar a fraude da Enron, uma gigante fornecedora de energia com base no estado do Texas (EUA) que foi denunciada e posteriormente decretou falência, devido à grande quantidade de desvios de verbas.

“É exatamente esta metodologia que nos aponta que a probabilidade de fraude na eleição presidencial de 2014 foi de 73,14%”, afirmou o investigador.

O investigador assegurou que as urnas das eleições de 2018 também serão investigadas.



Fonte: Guia me

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