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Vídeo mostra ataque que deixou mortos em igreja de Paracatu

Vídeos de câmeras de segurança revelaram maiores detalhes do massacre de Paracatu (MG), na Igreja Batista Shalom, quando três fiéis foram assassinados no templo, além de uma mulher que foi morta a facadas antes da invasão ao culto.

Novos relatos de testemunhas apontam que o agressor, ex-militar das Forças Armadas Rudson Aragão Guimarães, 39 anos, quebrou o portão do templo e repetia palavras desconexas. Aos gritos, dizia que precisava falar com o pastor. “Ao chegar na igreja, ele disse que teria voltado do inferno e que tinha uma missão para cumprir”, relatou à imprensa o coronel Luís Magalhães, do 45º Batalhão da Polícia Militar de Paracatu.

Após ser contido pela Polícia Militar com um tiro de fuzil na clavícula, o homem foi socorrido ao hospital da cidade. Com ele, os PMs encontraram outras seis munições intactas, que poderiam ter sido usadas para matar outros fiéis. “Se a gente não chega a tempo, ele tinha mais seis munições e a tragédia teria sido pior”, disse o major Santiago, porta-voz da corporação.

O analista de patrimônio Geraldo Martins de Melo, de 38 anos, irmão de Marilene Martins Melo, de 52 anos, uma das vítimas fatais do massacre, contou que Guimarães tinha sido bloqueado de um grupo de Whatsapp da igreja há cerca de um mês por conta de seu mal comportamento e por isso queria se vingar.

“Ele chegou ao local por volta das 19h, arrancou o portão, passou por uma porta de vidro e adentrou pelo salão da igreja chamando pelo nome do pastor. Ele gritava que queria matar o pastor. ‘Se você não aparecer aqui, vou começar a matar pelo seu pai’, e foi o que ele fez”, explicou Melo.

Segundo Melo, Guimarães era conhecido de anos da família, mas terminou se distanciando por conta de escolhas diferentes: “Ele cresceu conosco, mas aos poucos começou a trilhar por caminhos tortos. Nos distanciamos justamente porque ele era ‘bagunçado’ aqui na cidade”, disse, acrescentando que sua irmã tentou acalmar o agressor: “Mas ele estava muito agressivo e atirou em uma fiel e na sequência pegou Marilene como refém. Não obedeceu a ordem da polícia e deu um tiro na nuca dela”, lamentou.

Yuri Jordão, 45 anos, diz que Guimarães fazia parte da intercessão na igreja, trabalhando em diretamente em auxílio ao pastor, Evandro Rama. Há dois meses, no entanto, após ser alertado de problemas pessoais do assassino, o pastor o retirou da função e tentou oferecer ajuda, mas Rudson não se mostrou interessado nos conselhos do pastor.

Sendo assim, Rama o expulsou da igreja. “A partir daí, o Rudson passou a denegrir a imagem do pastor nas redes sociais. Fez várias publicações o ofendendo, o que deixou o pastor muito assustado. Por alguns dias, as atitudes do Rudson cessaram, e nós achamos que tudo estava acabado. Mas aí, ontem ele se rebelou”, lamentou Yuri.

O coronel Luís Magalhães corroborou essa versão a partir do depoimento de terceiros: “Os relatos que colhemos de alguns frequentadores da igreja indicam que Rudson apresentava algum distúrbio psiquiátrico. Segundo os fiéis, ele tinha alucinações, comportamento agressivo e nos últimos tempos andava muito insatisfeito por ter sido retirado de alguns trabalhos da igreja”, afirmou, segundo informações do jornal O Estado de S. Paulo.

De acordo com o Correio Braziliense, a delegada Thays Silva, responsável pelo setor de Homicídios da 2ª Delegacia Regional de Paracatu, afirmou que o caso será investigado para confirmar os motivos que levaram Guimarães a executar pessoas a sangue frio.

“A motivação é o que mais nos intriga no momento, mas durante as investigações conseguiremos evoluir nesse sentido. A princípio, tudo aconteceu devido à sensação de exclusão que Rudson sentia por parte da igreja. Ele foi retirado de um cargo que ocupava na comunidade e excluído de grupo de Whatsapp da igreja. Isso gerou uma indignação grande e chegou ao ápice ontem, quando ele estava bastante alterado e cometeu os crimes”, disse a delegada.

Vídeo

As imagens colhidas por um circuito interno de segurança da Igreja Batista Shalom permitem ver que o atirador arranca uma parte do portão do templo. Em seguida, ele passa em meio às grades e percorre o espaço em meio aos bancos, enquanto os fiéis se preparavam para sair.

Em meio aos adultos, duas crianças de colo estavam no local, e Guimarães surge empurrando uma mulher, apontando a arma de fogo contra ela. Mais à frente, é possível ver uma senhora que caminha pelo lado direito, olhando para trás, parecendo ter uma conversa com o agressor.

Outras pessoas, assustadas, sentam-se em frente ao púlpito, enquanto duas mulheres aparentemente tentam dialogar com o rapaz, mas ele se volta para o outro lado e atira contra um idoso, que é alvejado. A vítima ainda levanta a camisa olha para perna. Em seguida, o atirador abaixa a arma, uma garrucha Calibre 36, a recarrega e vai para o fundo do salão.

Feminicídio

Antes do massacre na Igreja Batista Shalom, Guimarães assassinou a ex-namorada Heloísa Vieira Andrade, 59 anos, com um golpe de canivete no pescoço dela. A mulher estava na casa da irmã dele, e agora a delegada responsável pelo caso não descarta a hipótese de enquadrá-lo por feminicídio.

“Nesta quarta-feira, vamos fazer a lavratura do auto de prisão em flagrante dele. O inquérito tem prazo legal de 10 dias para ser concluído. Depois de ser liberado do hospital, ele será encaminhado ao presídio e permanecerá à disposição da Justiça. Aí, vai caber à autoridade judiciária competente decidir qual medida vai adotar”, detalhou Thays Silva.



Fonte: Gospel Mais

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